Crónica: Osso Vaidoso e o Sobrenatural

No passado dia 15 de Novembro dei por mim a cruzar dois "mundos". O que me aconteceu foi: durante e após ter assistido ao concerto de Osso Vaidoso no Centro Cultural de Belém, no contexto do festival Misty Fest, a minha imaginação trabalhou e fez jus ao nome do festival Misty ( em português místico). Nas costumo ter a habilidade para escrever sobre o mundo "fantástico" ou "cientifico"... mas heis o que me aconteceu: enquanto assistia ao concerto no pequeno auditório do CCB, senti um calafrio. Ora porque prestava atenção ao som "bruto"/fusco da guitarra, ora porque as palavras eram tão desiguais que se uniam e faziam-me pensar ou não se uniam e provocavam-me a admiração, ora porque a declamadora daqueles poemas portugueses dinamizava a voz consoante as palavras. Tudo me acordava.

Todos estes factores fizeram-me pensar que todas as pessoas tinham sido hipnotizadas por uma força que era controlada pelo som da guitarra que fazia as pessoas ficarem a olhar para o vazio. Certamente isto não faz sentido mas a verdade é que as pessoas ( a meu ver) olhavam para os dois músicos com ar de admiração, estranheza, especado ... Apenas se manifestavam para bater palmas... Qualquer coisa  Acho que se Ana Deus ( vocalista dos Osso Vaidoso) tivesse um pomar e trouxesse um cesto com fruta e mandasse ao público, este não reagia...! Havia terror nas palavras de Ana Deus, magia nos dedos de Alexandre Soares ( ex guitarrista dos GNR e guitarrista dos Osso Vaidoso) ou apenas um jogo de luzes na minorca sala? O que punha esta plateia boquiaberta? Parecia que este espectáculo ao vivo era fora do comum.

Quando estes "dorminhocos" sentiam que os Osso Vaidoso iam encerrar a sua actuação surgia uma voz do centro da plateia que dizia"só mais uma". Parecia que afinal o publico iria fazer jus ao preço que pagaram pelo bilhete. Quando se pode ouvir mais uma música porque não tentar gritar a mundial frase " Só mais uma"."Just one more"."Vain Yksi" em finlandês.

Terminado o concerto e palco deserto , alguém tentou desesperadamente gritar pela segunda vez ( provavelmente a mesma pessoa. O que torna o acto ainda mais pateta)" só mais uma"... Já era a segunda senhor espectador! Desejo não concedido e a chuva parava.

Assim vos tentei relatar a historia de um concerto, inicialmente sem nenhuma expectativa para mim, mas no final mostrou que posso escrever sobre um concerto, misturado com uma historia ou uma banal ideia. Gostei.





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