Crónica: Guitarras com voz


Dia 2 foi o dia dos "três grandes" jogarem no cinema São Jorge. Filho da Mãe, Frankie Chavez e Tó Trips (Dead Combo) entraram em "campo" para mostrar as habilidades das suas guitarras, que tinham muito para dizer. Em jeito de partida de futebol, os "três jogadores" prepararam-se para jogar em equipa pela primeira vez. Com linguagens diferentes os que os uniu foi a paixão ao "jogo".

Tó Trips foi quem começou a dar "uns toques" na sua guitarra. A mão cheia de temas, que o artista tocou, criou um ambiente ora amoroso, ora nostálgico, ora alegre ou mesmo agitado... Ficou na minha memória uma história, não sei que história, não eram duas nem três, era apenas uma... O som da sua guitarra era "fusco" e agressivo, lembrando-nos imediatamente os Dead Combo. Tó Trips assume-se assim como um "jogador" forte, mas tímido. Mais que objetivo, o artista jogou numa "posição lateral" do "campo".

foto:Daniel Mendonça

Era altura de Filho da Mãe mostrar que andou a treinar. Influenciado pelas novas tecnologias mostrou ao público, do cinema São Jorge, o pedal que fazia loop, ou seja, ele tocava algo e gravava para depois tocar por cima do que gravou. Algo inovador não? Os efeitos com recurso aos pedais foram uma constante que deu um brilho à sua atuação! Rui Carvalho (Filho da Mãe) ainda nos deu um toque de nostalgia com o tema «Helena Aquática», do álbum Palácio. A certa altura tudo combinava com a música de Filho da Mãe, incluindo o desenho de luzes!
Temas foram músicas sem voz, mas o ambiente falou por si.




Entra o último "jogador" desta "equipa provisória". Juntamente com o seu álbum Family Tree, Frankie Chavez mostrou que as suas guitarras, ou neste caso "chuteiras", eram mais que muitas. Uma guitarra acústica, uma guitarra portuguesa e ainda a sua guitarra de slide! Também ele usava o poder dos loops, para completar os seus dedilhares. Sonoridades tão bem falantes que o público foi na cantiga! Quando as canções falam sem ninguém cantar, apercebemo-nos que quem não experienciou o concerto teve azar. 



Um dos meus preferidos mostrou que mesmo sem cantar consegue criar situações, ambientes, paraísos, flores, mares ou até mesmo amores desencontrados!


Houve ainda temas em conjunto, mas quem ganhou esta "partida" foi a plateia que comentava a virtuosidade das guitarras, ou melhor, dos guitarristas. Todos "marcaram", num jogo sem "foras de jogo" e sem cartões amarelos e vermelhos". A "equipa" funcionou num "esquema" que ao vivo soou perfeitamente!! Nota positiva para a organização que os juntou, ou seja, á "equipa técnica e treinador". Um grande obrigado a Rui Miguel Abreu!!!

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