Rubrica:Designer Precisa-se! #2

Cintilante e pirosa...

Neste segundo “Designer precisa-se”, procurei encontrar uma capa que pudesse espelhar o espirito espampanante dos anos 80. A expressividade, a cor, e principalmente a fraca manipulação de imagens fez com a minha tarefa, de encontrar uma má capa, se tenha tornado “pera doce”. A “vítima da semana” é mais do que uma má capa, pois trata-se de uma autêntica regressão no tempo digna de “Born this Way”. A par do álbum da contemporânea Lady Gaga (que analisei na primeira edição da rubrica), este foi um verdadeiro fenómeno de vendas do seu tempo.

Hoje vamos falar, sem mais rodeios, de The Final Countdown , álbum que data de 1986 e que se revelou um marco para a carreira internacional dos suecos Europe, essencialmente por conta do single homónimo do disco, que foi nº1 nos tops de 26 países. “The Final Countdown”, é ainda hoje um verdadeiro hino, utilizado para animar os intervalos de estádios de todo o mundo, em programas de televisão entre outras manifestações mediáticas de momentos “épicos”.


O 3º álbum da banda sueca foi maioritariamente escrito pelo vocalista Joey Tempest.

Este 3º trabalho da banda nórdica foi tão bem sucedido que foram vendidos mais de 10 milhões de discos por todo o mundo. O dado mais curioso é que dos 10 milhões vendidos, 4 milhões foram adquiridos por norte-americanos, que tinham na época enumeras bandas nacionais da mesma “praia”. Talvez a justificação para esta febre tenha mesmo sido a autêntica revolução que The Final Countdown veio a revelar, visto que era mais do que hard rock, puro e duro, tratava-se de uma onda muito mais heavy, com traços claros de metal sinfónico ligados a arranjos coloridos e electrónicos.

Até agora pareciam estar reunidos todos os ingredientes para que o “bolo” saísse perfeito, não fosse a corriqueira capa escolhida para “encapuzar” o disco. Na “sleeve” podemos encontrar um lettering típico da era “glam” mas, desta feita, com um toque muito mais industrial, quase “digitalizado”, e que em algumas versões surge obscenamente cintilante, capaz de cegar quando observado à vista desarmada. Mas se todos os problemas do mundo fossem o tipo de letra e a cor do título deste álbum então a Terra viveria em paz, isto porque a capa mostra-nos autênticos “cromos” da Panini, com desenhos pictóricos das faces dos cinco elementos da banda, a serem sugados pela atmosfera terrestre.

 Assumo que, neste momento, me sinto algo diabólico por olhar assim para um trabalho que, no final de contas, é um marco para a história da música popular, mais do que não seja pelas vendas que obteve, mas para mim, que nasci no inicio da década de 90, é impossível olhar esta capa e não pensar no genérico de abertura dos “Bike Mice from Mars”( em português: “Motoratos de Marte”)  uma serie de desenhos-animados que nos mostrava três ratos, alienígenas e motares, que vieram do espaço para salvar a terra das garras dos “Plutarquianos”, uma outra raça de extraterrestres. Talvez esta associação possa até não ser a mais justa, mas balanço entre quem ficará a perder mais, os fãs dos Europe, ou os fãs da série infanto-juvenil. 



Recorde aqui a primeira faixa do álbum, que foi um autêntico êxito e hoje é vista como um clássico:




2 comentários:

  1. O que me fartei de rir com isto! Há duas passagens que me levaram a rebolar no chão com o riso: “cromos” da Panini e “Motoratos de Marte". Muito bom, MB.

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    1. Subscrevo o comentário da Joana. Voltei à infância por momentos e fartei-me de rir graças a isso. Se há coisa que os anos 80 têm é excesso, de tudo! Mas, gostei muito, podes dar para comediante mais vezes.

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