Rubrica: Música Sazonal #01


Antes de mais, sejam bem-vindos a esta que é a primeira Música Sazonal, a minha rubrica neste vosso espaço do Off the Record. Aqui pretendo explorar, como o nome indica, músicas que considero apropriadas para determinadas alturas ou momentos.

Esta ideia nasce de uma pequena, chamemos-lhe obsessão, no sentido menos pejorativo da coisa, por associar determinadas bandas ou artistas e as músicas que os respectivos fazem a determinadas alturas do ano. Tudo começou com algo tão simples como uma separação entre bandas de Inverno e bandas de Verão. À partida pode parecer algo muito descabido, mas, ainda que o seja, deixem-se ficar por aí e divirtam-se a ler sobre associações malucas, a descobrir novos sons e, quem sabe, a fazer sugestões de futuras músicas sazonais.

Sem mais demoras, passemos ao que realmente importa, ao tema desta semana.
Hoje é um dia muito especial, a senhora Merkel veio de visita ao nosso país. Ao fazer uma ronda pelas notícias e depois de reflectir sobre o assunto facilmente cheguei à música do dia de hoje e desta semana. Isto é um blog sobre música, por isso não entrarei em “politiquices” e tentarei ser breve ao explicar as minhas razões para a escolha desta canção.
Escolho portanto a música «Ceremony» dos Joy Division/New Order. Coloco o nome de ambas as bandas pois esta foi uma das últimas músicas compostas pelos Joy Division, mas apenas foi lançada em 1981, como single de estreia dos New Order, após a morte de Ian Curtis.



Vou começar com as razões mais óbvias para tal escolha. O título «Ceremony» fica como crítica à pompa e circunstância com que a chanceler alemã foi recebida em Portugal. Não quero a cabeça da senhora nem nada do género, como muitos que aí andam, mas tenho de realçar a segurança apertadíssima e “almoço no forte de S.Julião da Barra onde está tudo calmo e apenas se ouve o mar” citando um direto durante o jornal da tarde.  Isto só prova o quanto os nossos políticos precisam de um reality check: Primeiro, porque os portugueses são revolucionários de sofá e manifestantes de redes sociais. Segundo, porque todo o mundo sabe a situação em que Portugal se encontra. Não é preciso servir um consommé de aves e ostentar uma passadeira vermelha, quando há portugueses que nem dinheiro têm para comer. Um bocadinho de humildade e contenção nas despesas do Estado não ficava nada mal.

Voltando à música, existem inúmeras teorias quanto ao significado da mesma. Que anuncia a morte de Ian Curtis, que reflecte a conturbada relação que este tinha com a sua mulher Debbie... independentemente de ser uma ou outra ou nenhuma, esta é uma música sobre transição, sobre mudança, sobre perder algo e seguir em frente. E, ainda que para muitos seja uma música triste, para mim até acaba por ser uma música bastante motivadora. E se há algo que precisamos é de motivação, de parar de falar de crises (contra mim própria falo, claro), de nos adaptarmos e darmos a volta por cima.

Com isto vos deixo, para a semana trarei uma nova música, associada a um outro evento ou uma outra data. Espero que tenham gostado!
Tenham uma boa semana!

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