Estava uma
noite chuvosa este dia 15 de Novembro. Facto que não fez com que as pessoas
deixassem de se deslocar até ao CCB para mais um dia de espectáculo no âmbito
do Misty Fest: Lucas Bora-Bora e Osso Vaidoso foram os artistas.
Lucas
Bora-Bora nasceu no Hawaii, e aos 24 anos vem para Portugal mostrar o que
aprendeu com a televisão e com a rádio. Pouco passava das 21h10 quando sobe ao
palco. Particularmente repara-se no fato azul que Lucas trazia vestido, bem
como caricatos vídeos a passar no pano de fundo da banda, onde se apresentavam
várias senhoras que, segundo parece, ensinavam pequenos truques de beleza.
O público
mostrava-se algo reticente em receber Lucas Bora-Bora com entusiasmo mas, á
medida que foram mostrando a sua música, o público começou a entrar mais na
onda da música da banda.
Temas sobre
amor, felicidade, desilusões, fazem o mote deste concerto. Entre uma e outra
música o vocalista mostra-se algo nervoso, mas coisa que não faz questão de
esconder: Toca pela primeira vez o tema «Demasiadas Coisas», e tem boa
receptividade do público. Parecia que as coisas estavam a começar a aquecer,
quanto mais o concerto se ia desenrolando.
Tocaram
temas como «Beatriz», «Vanessa» e «Anita», esta última do seu EP Não Há Crianças em Las Vegas, disco
produzido pela Optimus Discos.
Findo o
concerto, agradece com um “Agradeço a vossa vida, foi … bom!”. Os músicos
retiram-se do palco.
O público
vai agradecendo o espectáculo, animado, com palmas demoradas, prova de que a
música portuguesa continua a soar bem no ouvido.
A plateia
faz agora uma pequena pausa, preparando-se para a próxima vaga de som que se
aproxima: Osso Vaidoso. Osso Vaidoso tem como parte integrante Ana Deus (Ex.
Ban) e Alexandre Soares (Ex. GNR). Um projecto que, ao que se entende, continua
a ter pernas para andar.
Ana Deus
apresentou-se de vestes negras e lenço na cabeça, característico da cantora.
Alexandre dedilhou o primeiro solo de guitarra, seguindo-se o tema «Animal»,
com Ana Deus balançando-se ao ritmo da música.
«Elogio da Pobreza»
foi outro dos temas entoados, tema este que fala sobre não ter bens materiais,
mas sim bens que o dinheiro não compra: “Há coisas que são minhas, nem do
dinheiro dependem”, solta Ana Deus, sempre com o seu olhar misterioso e o seu jeito
bamboleante.
“A próxima é
tão nova que nem tem nome. Chamamos-lhe «Fado», não?” – uma graça de Ana Deus
que deu lugar a uma guitarrada acústica de Alexandre e “a voz”.
Tocam “Vénus
de Peles”, uma versão dos Velvet Underground, com Ana Deus sentada numa cadeira, apreciando
ela também a efusiva guitarrada de Alexandre, tal como a plateia.
Por duas ou
três vezes que se retiraram de palco, voltando sempre para dar mais emoção ao
público.
Guitarradas
fortes, cheias de vida e de emoção, acompanhadas pela voz doce e forte de Ana
Deus foram os ingredientes-chave para o sucesso deste espectáculo. Um estilo de
música bastante “random” para o tipo de espectáculos a que estou acostumada
mas, para verdadeiros apreciadores de Osso Vaidoso e afins, mereceram todas as
palmas que lhes foram atribuídas.
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