O melhor do hip hop nacional reunido no Campo Pequeno, Xeg, Regula, Bónus, Adamastor, Sam the Kid, “Fez-se
história” disse Valete no final do concerto.
Foi uma “cena séria” dizia Valete
ao longo de todo o seu concerto, enquanto cantava e contestava a vida
dos «Subúrbios», durante o dia ou «À Noite», e pediu no fim
que “não censurem” aqueles que “vão cometer atos de desespero
movidos pelo fim do estado social”.
Valete subiu ao palco pouco depois das
23h da noite, para um publico que já tinha sido aquecido por Xeg e
Regula, na primeira parte.
Sempre com Bónus e Adamastor (que fez
questão de estar presente no concerto, com a garganta inflamada)
Valete está em cima do palco como o Rocky está em cima do ringue.
Dá pequenos saltinhos no seu canto, esperando a sua vez de atacar.
Cantou tudo o que esperávamos dele, e
mais. Abriu com «Monogamia» e logo depois dizia “Não sabem
quantos somos” em resposta a um jornalista que havia perguntado
porque não fazer um concerto num local mais pequeno como o Musicbox.
“Não sabem quantos somos”.
Pediu desculpa pela demora do seu novo
àlbum Homo Libero, antes de Samora subir ao palco para cantar
um excerto do mesmo (com Samora subiu também uma violinista),
uma “cena séria” que teve direito a repetição.
Vimos Bónus e Adamastor cantarem
sozinhos e mostrarem porque é que acompanham Valete nas suas
demandas até cantarem «Canal 115» e ficámos com a sensação de
que eram mesmo capazes de cuspir fogo.
Durante todo o concerto Valete teve por
detrás de si videos que iam acompanhando as musicas, vimos
declarações, videoclips, pequenos filmes que foram mostrando ícones
de revolução, Ghandi, Martin Luther King, Malcom X, Bob Marley ou
Julian Assange apareceram por trás de Valete dando força às suas
letras de inssureição.
Foi com a tela que conversou em
«Revelacão» virado de costas para o público, foi mantendo o
diálogo com uma luz que fazia a voz de Deus e do Diabo,
depois de Nuno Lopes ter subido ao palco para impressionar com «O
meu País».
Além de Bónus e Adamastor, ao palco
subiram também “Jimmy P”, de braço partido para uma «Ode à
adolescência», Orlando Sá dos Orelha Negra ficou sozinho para
«Since You've Been Gone», além de Samora e Nuno Lopes já
referidos. Já para o fim foi a vez do Sam the Kid “na batalha
comigo desde 1997!” para «Presta Atenção» e «Poetas de
Karaoke», altura em que Xeg e Regula sobem também ao palco para de
repente termos o melhor do hip hop nacional juntos e em cima do
palco.
Depois de muitas horas, o publico já
estava cansado, mas para o fim estava o melhor de Valete. «Mulheres
da minha vida» e «Roleta Russa» reaqueceram a plateia, «Vampiris»
e «Fim da Ditadura» puseram-nos aos saltos, e depois estava na hora
de acabar “Já nos estão a mandar embora”.
Valete pediu uns minutos para “16
barras de despedida” e com «Anti-Héroi» acabou de vez.
“Fez-se história.”
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