Brindar. Acto de beber à saúde de alguém. Caros
amigos, à falta de copo e bebida numa rubrica escrita sem papel nem caneta,
brindemos psicologicamente aos acontecimentos que me vão na alma. Um brinde a…
À nossa adolescência;
Às tardes passadas a jogar Puzzle Bubble;
Às tardes, que, por isso, não púnhamos os pés na
praia;
Aos serões em que falávamos inglês para parecer que sabíamos
muito;
Às noites passadas em claro, pensando onde andariam
as nossas paixões platónicas;
Aos cigarros roubados ao pai quando tínhamos 16
anos;
Aos Compais adulterados e às garrafas de águas
escondidas nos carapuços;
Aos risos, aos sorrisos, às lagrimas, aos abraços,
aos desabafos;
Às noites que teimavam em se tornar dia, sem termos
fechado as pálpebras sequer;
Às panquecas, aos lanches, aos almoços, aos
jantares;
À cumplicidade, à simplicidade e à humildade;
A tudo o que passamos – e não vamos passar nunca
mais – um brinde a ti.
Um brinde ao que já não volta.
Um brinde ao que nunca vou apagar.
Um brinde ao facto de tu teres apagado.
Um brinde a ti.
CF
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