Francisca
Cortesão, Minta, ...and the Brook Trout, They're Heading West,
David Fonseca, B Fachada, Sérgio Godinho, e muitas outras
colaborações.
“ Muitas
ideias que julgava serem inconcretizáveis e acabaram por acontecer”
- Minta sonha um dia gravar um disco nos Estados Unidos, com o
produtor Tucker Martine. “Se calhar esta[ideia] , ainda acaba por
acontecer também.”
Minta
começou por tocar em bandas aos 13 anos e “era
essa onda rock anos 90 que ouvia”, muito influenciada pelas músicas
da sua irmã mais velha. Foi aos 18 anos, por aí, que começou a
ouvir folk e country de “livre e espontânea vontade” uma vez que
já conhecia Bob Dylan ou Peter “Pete” Seeger, desta feita,
influencia dos pais.
Nunca
tomou a decisão de tocar folk, ou country, “foi acontecendo, fui
começando a ouvir música mais country, mais folk, e fui começando
a escrever canções mais com essa matriz.”
Antes
de Minta, antes de Brook Trout, Francisca fazia parte dos “Casino”,
uma das suas primeiras bandas e com relativo sucesso - “editámos
um disco por uma editora importante, porque na altura as editoras
tinham dinheiro para apostar em dez projetos ao mesmo tempo e ver se
algum deles colava.”
Mas
não colaram e Minta, se pudesse voltar atrás no tempo, teria feito
as coisas de outra maneira, teria dito: “Não vamos assinar
contrato com uma editora grande, vamos tocar ao vivo, vamos ver o que
é que acontece e fazer um percurso mais pausado.”
Foi
um percurso mais pausado, calmo e pensado, que Minta percorreu ao
longo da sua carreira e em 2008 saiu o primeiro EP de Minta, You,
antes dos Brook Trout era só a Francisca, só a Minta.
Começaste por ter um projeto a
solo, apenas a Minta. O que é te levou a procurar os Brook Trout?
“Foi
exactamente o estar sozinha, estava tocar com músicos convidados,
que não tinham o projeto como ocupação principal, não tinham
muita disponibilidade. A certa altura, comecei a procurar pessoas que
tivessem a disponibilidade para compor as músicas comigo, não só
ir tocar ao vivo... E elas foram aparecendo, primeiro o Manuel
Dordio, com quem eu comecei a tocar por acaso. Ensaiámos juntos, e
aquilo correu tão bem que eu disse “Queres ser da minha banda?”
que é um bocado como “Queres namorar comigo?”, é uma pergunta
difícil de fazer (risos). Na mesma altura, começámos a tocar com a
Mariana, e quando gravámos o disco, resolvemos chamar-nos The Brook
Trout, porque sim. Quando o disco saiu, entrou para a banda o Nuno
Pessoa, e desde essa altura estamos os quatro juntos e eu estou super
feliz.”
Um
ano depois, em 2009, lançaram Minta
& The Brook Trout, em
2011 Carnide
(live album with very special guests) e
este ano Olimpya,
que lhes valeu o 10º lugar na lista de melhores álbuns nacionais
para a revista Blitz.
A diferença
entre o álbum de 2009 e o de 2012 é o tempo - “ Há três anos de
diferença e eu ouço muitas diferenças mas se calhar tu não ouves
assim tantas. É a mesma banda, três anos mais tarde.” Não
deixando de ser “um disco com arranjos mais ricos que o anterior e
uma selecção de canções mais forte.” onde ela própria admite,
entre risos, não ser a melhor juíza do seu trabalho.
Ficámos a saber
que exceto «Falcon», single de lançamento do álbum, todas as
letras são versões posteriores às originais, muito mais
trabalhadas do que nos outros álbuns, com a esperança de que
continuem a melhorar.
O segredo dos
Minta & The Brook Trout é o do trabalho, como não podia deixar
de ser.
“É trabalho,
auto-crítica e não desistir – não achar que está bem à
primeira.”
A
reação do público ao Olimpya
“tem
sido muito boa”, em todos os concertos que têm dado na sua
apresentação - “temos andado a tocar muito” - os concertos têm
corrido muito bem, têm sido “fixes” assim como a reação das
pessoas nos mesmos “o que é sempre bom sinal”.
À
parte dos Brook Trout, Minta tem muitas colaborações com o mundo da
música portuguesa, entre outras, “Música Portuguesa a Gostar dela
Própria” (A gravar musica portuguesa desde 16 de janeiro de 2011).
Trabalhou
com o B Fachada, amigos de infância, tanto na apresentação do
disco B Fachada é para
meninos,
como agora para Os
Sobreviventes,
de Sérgio Godinho, em conjunto com João Correia, dos Julie and the
Carjackers.
Desse
álbum, Sérgio Godinho diz que gostou, de algumas até gostou mesmo
muito, Um fã - “exactamente” - “Disse-me que tinha pena que eu
não tivesse cantado em mais musicas, como voz principal.”
Além
de B Fachada, Minta subiu ao palco como membro integrante da banda de
David Fonseca, desde Between
Waves, álbum
que saiu quase ao mesmo tempo que Minta
& The Brook Trout(2009),
“fiz essa digressão com ele e toquei muito mais ao vivo desde que
comecei a tocar com o David do que alguma vez tinha tocado antes.”
Percurso que influenciou o trabalho de Minta, nem que fosse só pelo
profissionalismo e a experiência.
“A rotina de tocar com aquelas pessoas que são todos eles músicos
extraordinarios e com o David que é um tipo com uma auto-confiança
gigantesca, tudo isso me influencia, seguramente.”
O
futuro de Minta é, como todos os futuros, uma incógnita, mas para
já começa em 2013, com um concerto em Lisboa “que ainda não está
anunciado” e para os primeiros meses do ano que até podem nem
chegar, não vão os Maias terem acertado, é o de continuar a
apresentar o álbum Olympia
e depois disso logo se vê: “eu
tendo a não fazer planos assim a muito longo prazo.”
De
qualquer maneira, há o desejo de voltar aos Estados Unidos, para a
zona de Nashville com os “They're Heading West”, mais um projeto
paralelo para a aparentemente incansável Minta, e o sonho de gravar
um disco, no mesmo continente, com o produtor Tucker Martine.
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