Se na semana passada o tema “velhos anos 90” parecia poder
vingar, então a edição desta semana do Designer Precisa-se, vai confirmar a especulação.A década do Pop Punk, do Grunge e do “novo metal” foi também
a década de experiências no mundo da electrónica. Os avanços conseguidos neste
universo musical nasceram da influência “Dub” jamaicana, que em terras de sua majestade,
obteve um novo fôlego sobretudo a partir de junções e fusões com o Punk, o
Rock e o Hip Hop.
Na época os produtores britânicos quiseram ir mais longe, e
deixaram de ser apenas simples “operadores” de misturas em estúdio, para se
afirmarem como verdadeiros músicos por direito. Do influente “peso auditivo”,
criado pelas “batidas” de bombos, timbalões e baixos electrónicos, nasceram subgéneros
que vieram a fundar novos géneros. Pode até parecer confuso, mas é certo, que
ao longo da história, este cruzamento de “linhas sonoras” e sucessivas experiências trouxe sempre novidades ao mundo da música. No fundo, o Sound System, o Jungle, o UK Garage ou o Hardcore abriram portas às criação do Industrial, do Break Beat, do Dub Step ou até mesmo do Big Beat.
É, aliás, do Big Beat que vamos falar hoje, mais
particularmente de uma das bandas que o tornou notório e que ainda hoje arrasa
palcos a nível mundial: os The
Prodigy, um louco trio britânico que nasceu no início da década e veio a marcar
uma geração.Os criadores de “Breathe” começaram a traçar o seu caminho a
partir de 1990, na cidade de Braintree na Inglaterra, na qual começaram a juntar
material que viriam a mostrar pelas “Rave Partys” espalhadas pelo país insolar.
De pressa, Leeroy Thornhill, Keith Flint e Liam Howlett começaram a ganhar fãs,
não só pelo bom trabalho que Liam ia produzindo, como também pelos verdadeiros
brilharetes que Keith e Leeroy, davam como animadores/ bailarinos, nos
concertos ao vivo. A explosão de movimento criada nas atuações levou o MC Maxim
Reality, atual vocalista, a juntar-se à banda.
Dois anos depois a banda lançou Experience , o primeiro álbum de originais, que não só marca o inicio da comercialização do som da banda, como também uma forma diferente de ver o projecto, que anos mais tarde se viria a modificar e tornar Keith Flint vocalista da banda. Deste primeiro trabalho ressalta o mítico “Fire” que não terá hoje a expressão de temas como “Omen”, “Firestarter” ou "Spitfire", temas de álbuns posteriores, mas que pode bem ser visto como um dos propulsores da sonoridade banda.Isto se tivermos em conta a linha melódica do sintetizador, em jeito de “banda sonora dos jogos da Nintendo" aliada a um ritmo pujante, complexo, muitas vezes continuo, e às inconstantes vocalizações gritadas e agudas.
"Breathe" um dos maiores sucessos da banda britânica.
Dois anos depois a banda lançou Experience , o primeiro álbum de originais, que não só marca o inicio da comercialização do som da banda, como também uma forma diferente de ver o projecto, que anos mais tarde se viria a modificar e tornar Keith Flint vocalista da banda. Deste primeiro trabalho ressalta o mítico “Fire” que não terá hoje a expressão de temas como “Omen”, “Firestarter” ou "Spitfire", temas de álbuns posteriores, mas que pode bem ser visto como um dos propulsores da sonoridade banda.Isto se tivermos em conta a linha melódica do sintetizador, em jeito de “banda sonora dos jogos da Nintendo" aliada a um ritmo pujante, complexo, muitas vezes continuo, e às inconstantes vocalizações gritadas e agudas.
Experience marca o ínicio de uma história de sucesso, mas não espelha de todo a energia explosiva e a cor da banda britânica. |
O único senão deste álbum é mesmo a capa, que não sendo
inestética ou estranha, como as que aqui têm sido analisadas, é demasiado “ insossa”
e até insípida o que não só a torna pouco marcante para primeira, como também
constitui um verdadeiro paradoxo para com o tipo de som praticado no disco. O
simplório fundo branco parece desaproveitar o bom lettering desenvolvido por
Alex Garland, que sendo escritor devia estar demasiado habituado a lidar com
tipos de letra, preocupando-se desta feita, apenas com esse capítulo. Sabe-se
ainda que esta escolha pode ter sido reforçada por Alex ser filho do
cartoonista inglês Nicholas Garland, que certamente teria prestado, aos
Prodigy, um melhor trabalho do que o seu rebento guionista.
De destacar, ainda, a
caixa cinza na qual o nome do álbum surge, em letra formal e ainda uma outra,
que parece enclausurar o artigo definido - "the”. Ambas as caixas são ainda
acompanhadas de uma terceira, nas versões castanha e azul do álbum que dão
conta de uma espécie de edição expandida, com lados B e remisturas dos temas da
primeira edição.Acabo por retirar que estes destacáveis dão ao álbum um aspecto de ficha-formulário online, para a aquisição de um endereço de e-mail,ou de qualquer outra situação protocolar em que é necessário o preenchimento de campos destacados por esquadrias.
Quem sabe se esta capa não inspirou os criadores do Hotmail,
o primeiro serviço de web mail da Internet, seis anos depois?
Recorde o videoclip de "Fire", um dos temas de Experience (1992)
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