Mistura Mistura Mistura

Dia 24 de Dezembro, dia em que a famosa frase "juntos mas não misturados" não se aplicou. No auditório Municipal São Luiz decorreu a mistura e ritmo. Lisboa Mistura é um "acontecimento intercultural" existente há 7 anos. Em cartaz contava com concertos bem como conversas interculturais que se realizaram no Jardim de Inverno.
Chovia a potes e o primeiro concerto foi Tcheca, e estava atrasado. O cabo-verdiano que se apresentava na sala Principal do São Luiz trazia consigo Dor de Mar, álbum de originais.
Na hora de entrar, havia a loucura de encontrar um lugar onde a visão se sentisse bem. Sim, quase fui abalroado.
Heis a minha perspectiva muito breve do concerto: As músicas foram cantadas em cabo-verdiano, dialecto que ninguém ou quase ninguém percebia. Estávamos perante um músico frustrado. Digamos que o concerto não teve muita animação.
Numa conversa de backstage, percebi tudo. Em conversa com o baterista Marco ( que também toca na banda de Aline Frazão) disse-me que ele estava um pouco chateado... A apatia das pessoas perante Tcheca vez com que ele se quisesse "deitar" ou mesmo "cagar" para o concerto. Deveria querer que o recebessem com uma festa, leitão e muitas pessoas a gritar"Tcheca Tcheca!" e não "Checa". Seguia-se o membro dos NoulSoulFamily Dino D'Santiago.

Apresentou-se com uma banda de 8 membros. Cordas, percussão e até houve direito a uma corneta que deu um toque pessoal à música «Eva»(sobrinha de Dino). Ao ritmo balançável de funanás lentos, Dino ia fazendo querer àquelas pessoas que pensam que ele só canta a música «This is for my people» que ele sabia compor e cantar. O convidado foi o músico e cantor cabo-verdiano Carlos Mendes. Sem nunca esquecer as origens e agradecendo publicamente a "bênção" que lhe foi dada, Dino encerra com um funaná que deu vontade de agarrar alguém dois anos mais velho que eu.

Os Macacos do Chinês entravam com uma atitude de mudar o cenário do São Luiz. Com um vocalista que recebe inspirações do além (aparentemente o que mostra no palco!) apresentavam bem como o álbum Vida Louca mas também as canções como «Saudade» e « Rolling na Reboleira». Muitas frases como "Quando a selva é pequena demais para os animais" ou " Dai-me forças para curtir este som" foram levadas à letra por alguns quarentões,cinquentões e por ai. Este rap tão diferente em Portugal (electrónico) dos Macacos acabou para dar lugar aos Orelha Negra! Haja concertos de Hip Hop em auditórios!!!

Sem conversas paralelas nem conversas de agradecimentos os Orelha Negra tocaram as suas mais que conhecidas "obras arquitéctónicas músicas" como «Throwback»,«Since you been gone» ou «Blessed».
Estes três artistas ( Dino, Macacos e Orelha) faziam parte do projecto LisNave, projecto que juntou músicos com carreira em Portugal.

 Pela mão dos Macacos e dos Orelha Negra, o Hip Hop esteve no São Luiz mas em escala minorca!!




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