10 de dezembro...
Depois de
uma pausa na semana passada devido a problemas pessoais, a rubrica Ocarina do
Tempo encontra-se de regresso para mais uma viagem ao passado. Desta feita, na
sua 6ª edição, viajaremos até 10 de dezembro de 1967, data que ficou marcada na
história da música pelas piores razões. Esta foi a primeira vez que um artista
foi detido pela polícia em palco. E tal episódio está ligado a uma incontornável
lenda do rock, Jim Morrison, vocalista da banda The Doors.
Este incidente
ocorreu num concerto em New Haven, Connecticut. Enquanto o músico se encontrava
no backstage com uma rapariga, um polícia, sem saber que se tratava de Jim,
ordenou ao casal que abandonasse o local. Jim não obedeceu às indicações do
polícia, resistiu e foi pulverizado com spray mace. Minutos depois, o artista
subiu ao palco e começou a provocar o agente e a incitar a audiência contra o
mesmo, a tal ponto que levou a que o artista fosse detido a meio do concerto.
Vídeo da detenção do músico, a 10 de dezembro de 1967, num concerto em New Haven
Depois de pesquisarmos
mais informação sobre o incidente, deparamo-nos com uma panóplia de detenções
efetuadas ao vocalista dos The Doors. O poeta e compositor originário de
Melbourne, Florida, tinha, aparentemente, esta relação de simbiose com as
detenções e consequentes aprisionamentos.
Ainda antes
do ocorrido no concerto de 1967 em New Haven, o artista já teria sido detido em
1963 na sequência de uma tentativa de furto a um polícia. Jim foi acusado de
tentar roubar um capacete e uma sombrinha a um agente da autoridade, de causar
distúrbios, de resistência e por se encontrar em estado notável de
embriaguez na via pública.
A 23 de
janeiro de 1966, o vocalista voltou a ser preso. Desta vez, segundo reza a
história, Jim, Felix Venable, e Phil O’Leno deslocaram-se ao deserto a
fim de encontrar alguns índios e comer peyote ( uma espécie de cacto com
propriedades alucinogénicas). Pelo caminho, Jim saltou do carro, onde seguiam
viagem, para beijar uma rapariga que passava, regressando de seguida à viatura.
A dada altura Jim e Phil discutiram, o que levou a que Phil se separasse dos
seus companheiros e seguisse viagem sozinho. Quando Jim e Felix regressaram,
Jim inventou que tinha morto Phil e que o tinha enterrado no leito de um rio.
Infelizmente para o vocalista, a história chegou aos ouvidos do pai de Phil,
que era advogado. O mesmo encontrou a rapariga que Jim tinha beijado e
obrigou-a a levantar queixa sobre o artista, que acabou por ser mais uma vez
preso, até o pai de Phil ter descoberto que afinal o filho tinha fugido para o
Arizona depois da discussão com Jim.
Dois anos depois, em 1968, em Las Vegas, no Pussycat a’
Go Go, o músico voltou a ser conservado em detenção por estado de embriaguez em público e por vaguear sem
identificação suficiente que o reconhecesse perante as autoridades.
Aparentemente, o vocalista simulou estar a fumar um charro imaginário à porta
do clube, provocando o segurança que acabou por espancar Jim com o seu bastão.
O vocalista sofreu alguns ferimentos e a polícia teve de ser chamada a
intervir, e, consequentemente, Morrison e o seu amigo Robert Gover acabaram por
ser presos.
Dia 1 de março de 1969, The Doors tocaram num auditório em
Miami, Florida. Quatro dias depois da atuação, o xerife do condado de
Miami-Dade emitiu um mandato de captura a Jim Morrison. O mesmo foi acusado de
vários delitos, entre eles, linguagem e comportamentos obscenos e atentado ao pudor,
profanação e, mais uma vez, estado de embriaguez em espaço público. Jim foi
considerado culpado de tais acusações, acabando por ser novamente preso a 20 de
setembro de 1970.
Mandato de captura emitido pelo xerife do condado de Miami-Dade a Jim Morrison
Para finalizar, ainda em 1969, Jim Morrison e Tom Baker
foram detidos por causarem distúrbios a bordo de uma aeronave. A dupla estava a
caminho de um concerto dos The Rolling Stones, quando o seu estado avançado de embriaguez
(para variar) levou a que tivessem tido comportamentos obscenos para com uma
hospedeira de bordo.
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