A Burberry Acoustic é um lugar encantado. É feito de montras aos quadradinhos e nasceu por iniciativa daquelas marca de roupa britânica. Esta convida artistas ao acaso para fazerem videos com sons e versões improváveis, em cenários ainda mais inesperados. As surpresas surgem a cada clique e ao fim de três ou quatro minutos (sempre que um video acaba e começa um outro).
Um dia destes, o Christopher Wall estava lá. Ou melhor o Chris Wall. «Posterity» era a música que o apresentava (e não o contrário). Feito que estava o clique, a voz dele entoou assim:
Nas pontas dos dedos tinha um piano. E em redor, uma praia. A voz parecia saída da água do mar de tão natural que é, podendo até levar a uma desconfiança quanto ao ajustamento do timbre ao corpo de Chris.
Depois, imperava fazer o seguinte: perceber quem era o Chris. Ora, faz parte do duo Soft Bullets (balas suaves, para se ser mais preciso). Ele, do Reino Unido; Dan Capaldi, dos EUA. Juntos criaram uma espécie de ligação hiperreal, tal como o título do EP Hyperreality, lançado em Novembro do ano passado pela Township Music.
O som que produzem está um pouco longe do Chris-versão-bucólico-melancólico, mas continua escuro e silencioso. Viajam dentro de um trip-hop e uma electrónica. São felizes com a cacafonia de um piano, de guitarras, das percussões e de samples, que resulta em «Another Chance» e «Broken Circuits». O site Echoes and Dust escreve que eles devem ter decidido fazer isto depois de terem visto concertos de Justice ou de Daft Punk. Aquele sítio acrescenta ainda que o Thom Yorke devia soar a isto quando era mais novo.
Com uma orquestração tímida, mas poderosa, Soft Bullets ficam bem naquela realidade 'hype', como numa outra. São autores de um blogue com o mesmo nome do duo. Vai ser ainda mais fácil ouvir falar deles por aqui.
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